efeitos da estiagem

VÍDEO: em 2020, Defesa Civil distribuiu mais água no interior do que em três anos anteriores

18.398

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Foto: Pedro Piegas (Diário)

Você já imaginou não ter água encanada em casa? Parece algo básico, mas muitos moradores de Santa Maria não têm água potável saindo das torneiras. Essa situação se agrava ainda mais em períodos de estiagem, como aconteceu em 2020 e segue neste verão. Para amenizar o problema, a Defesa Civil faz entrega de água em caminhão-pipa todas as semanas em 13 localidades da cidade, principalmente no interior. Só no ano passado, foram entregues 1 milhão de litros de água potável, mais do que o dobro da quantidade entregue nos três anos anteriores, quando a soma chegou a 454 mil litros (veja no gráfico).

VÍDEO: quer pedalar? Arroio Grande oferta aluguel de bicicletas


De acordo com o coordenador da Defesa Civil municipal, Adão Lemos, poços e vertentes secaram na estiagem do verão passado. Eles mal haviam recuperado seus níveis, quando um novo período de seca voltou a causar transtornos.

- Emendamos uma estiagem na outra. A entrega de água, que era para ser feita de forma esporádica e emergencial, se tornou contínua. Notamos um aumento significativo da demanda - afirma Lemos.

Atualmente, 501 famílias do interior dependem da distribuição de água da prefeitura. Só na primeira semana deste ano, foram 55 mil litros entregues em sete locais, quantidade superior à entregue durante todo o ano de 2017. 

style="width: 100%;" data-filename="retriever">

data-filename="retriever" style="width: 100%;">
Dados: Defesa Civil municipal

Como a entrega de água em caminhão-pipa é uma solução paliativa, a Defesa Civil estuda ações que possam resolver o problema da falta d'água de forma definitiva. No Distrito do Passo do Verde, a alternativa é a aquisição de uma caixa d'água específica que consiga bombear e tratar a água do Rio Vacacaí. A prefeitura também conversa com a Corsan, que, em 2018, assumiu o compromisso de investir cerca de R$ 17 milhões na construção de redes de abastecimento de água em comunidades da zona rural. 

- A caixa d'água Salta-Z tem um sistema de tratamento que deixa a água potável logo depois de ser bombeada. Ela seria a solução para esse distrito em específico. Mas, realizamos estudos junto à Corsan para criar estratégias para os demais distritos - explica o coordenador da Defesa Civil. 

Dois anos depois, bloqueio impacta vizinhança da Rua Sete

Os 13 locais abastecidos ao longo de 2020 foram: Santa Flora , São Valentim, Palma, Passo do Verde, Boca do Monte, Camobi, Agroindustrial, Santo Antão, Pains, Boi Morto, Km 3, Arroio do Só e Arroio Grande.

Segundo Lemos, a prefeitura já trabalha com a possibilidade de decretar situação de emergência por causa da seca, uma vez que há prejuízos consideráveis com a falta de água no interior e, nas próximas semanas, devem ser confirmadas perdas também na agricultura. 

style="width: 100%;" data-filename="retriever">
Foto: Pedro Piegas (Diário)
Paulo de Vargas Martins enche as garrafas de água na caixa comunitária do Passo do Verde

POPULAÇÃO SENTE OS IMPACTOS

style="width: 50%; float: right;" data-filename="retriever">A aposentada Sirlei Terezinha de Lima (foto ao lado), 62 anos, vive no Distrito do Passo do Verde. A casa dela fica em frente à caixa d'água comunitária com capacidade para 5 mil litros que armazena a água trazida pelo caminhão-pipa. Cerca de 13 mil litros de água são distribuídos por semana na comunidade. 

- Antes, nós não tínhamos acesso à água potável. Desde que a prefeitura começou a trazer, não falta mais. Eu uso cerca de cinco litros por dia, para beber, fazer chimarrão e cozinhar - conta Sirlei, que já deixa os galões vazios separados na entrada da casa para pegar água assim que o caminhão chega. 

Assim como Sirlei, o aposentado Paulo de Vargas Martins, 68 anos, vai todo dia até a caixa d'água comunitária. Morador de Ijuí, ele passa o verão no Passo do Verde. 

- No início, quando a caixa foi colocada, era uma briga muito grande, porque vinha gente usar a água para lavar os pés ou as mãos. Principalmente nos dias de calor, quando há grande movimento no balneário, que fica bem próximo. Mas conseguimos conscientizar as pessoas. Nós mesmo só usamos a água para atividades essenciais. Para lavar roupa, por exemplo, temos água de poços artesianos - conta o aposentado. 

SEGUNDO PERÍODO DE ESTIAGEM
Mesmo que chova em breve, a recuperação de vertentes, poços e outros reservatórios de água vai demorar alguns meses. Para uma normalização, são necessárias chuvas bem distribuídas e regulares, o que não deve ocorrer, pelo menos, até o final de fevereiro, segundo o meteorologista Anderson Haas Poersch.

- As projeções hoje indicam que deve voltar a chover regularmente somente a partir de abril. Para recuperar os reservatórios, precisaremos de boas chuvas em curto espaço de tempo - destaca o meteorologista. 

A atuação do fenômeno La Niña em áreas do Rio Grande do Sul desde agosto é responsável pela pouca chuva no Estado nos últimos meses. O fenômeno é conhecido como o resfriamento das águas do Pacífico. Ele mantém a umidade deslocada para o Norte e Nordeste do pais, favorecendo a ocorrência de estiagem no Rio Grande do Sul. Isso não significa que não haverá chuva. Ela aparecerá, mas de forma muito irregular e mal distribuída, o que não ajuda na recuperação dos reservatórios. 

*Colaborou Janaína Wille

Carregando matéria

Conteúdo exclusivo!

Somente assinantes podem visualizar este conteúdo

clique aqui para verificar os planos disponíveis

Já sou assinante

clique aqui para efetuar o login

Anterior

Com sensação de 44ºC, Santa Maria teve o dia mais quente do ano nesta segunda

Próximo

Morre Serena Vallandro, anfitriã e rainha de bailes de Carnaval em Santa Maria

Geral